A simplicidade de algumas coisas impressionam.
Dia desses fui visitar alguns parentes em um longínquo povoado do interior catarinense. Família humilde - mas muito simpática -, demoraram a nos reconhecer.
O local da conversa foi a garagem da casa. Um muro à meio metro com uma textura em cor laranja limitava a área, que tinha em seu lado um grande gramado onde galinhas se divertiam no sol da tarde de domingo. Enquanto risadas e gargalhadas conduziam a conversa, um pequeno vaso era balançado pelo vento quase como um bebê que descansa com o ninar da mãe.
As horas passam voando e no fim da tarde somos convidados para o café com cuca dos colonos. Me sirvo, não fartamente, mas suficientemente bem para conseguir apreciar as delícias que o mato nos proporcionam. Olhava para aqueles que me cercavam na mesa, dois velinhos. Ela, uma senhora de cabelos-pretos pintados com um sorriso tão fácil que nos fazia sentir magnificamente bem. Ele, um senhor com rosto sofrido e mãos calejadas, que sempre completava as frases da esposa, ao que era respondido com uma sonora gargalhada e três tapinhas nas costas. Pude sentir em cada momento desse o amor que ainda mantinha viva a vontade de viver do casal.
Terminado o café, era hora de se despedir. Enquanto caminho em direção ao carro, olho novamente para a folhagem que continuava balançando com a brisa. Fazendo companhia aos seus donos, ela quase que tentava dizer que ali, no meio do mato, é o homem que vive em função da natureza, e não vice-versa.
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